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Halloween e Festa das Pombagiras

Halloween e Festa das Pombagiras

Autores - Sexta-feira, 16 de Outubro de 2015 - Por: Alzira da Cigana da Praia

Antigamente, os povos que viviam de caçar, pescar, plantar e criar animais comemoravam o tempo em que as colheitas terminavam e eram armazenadas, os animais eram abatidos e sua carne seca ou salgada, grãos e frutas viravam bebidas fermentadas. Esses povos agradeciam às plantas e aos animais que tinham morrido para que as pessoas vivessem, honravam as almas dos animais, e também os ancestrais que protegiam o povo.

No hemisfério norte, o meio do outono (1º de novembro) era o dia dessa festa, que marcava o fim de um ano agrícola e início de outro. De acordo com a crença antiga, na noite de passagem entre os dois anos, as portas entre os mundos dos vivos e dos mortos se abrem, e os ancestrais podem visitar os viventes: é a noite em que os fantasmas, as almas circulam à solta.

Já em tempos cristãos, como a Igreja foi criando suas festas religiosas de modo a substituir as festas “pagãs”, a festa da colheita se tornou o dia de Todos os Santos. Na Inglaterra e nos EUA, a véspera é o “all hallow's evening” (abreviado “halloween”): vigília noturna (evening) de todos (all) os santos (hallow). Mas o povo continuou com as tradições antigas: a visita dos fantasmas aos vivos, as lanternas para proteger as casas dos maus espíritos, as oferendas de comida aos ancestrais.

Nas últimas décadas do século 20, os cursos de inglês trouxeram para o Brasil a moda americana do Halloween. Logo todo mundo conhecia uma noite em que bruxas, diabretes e fantasmas se divertem pelas ruas. Muita gente se alarmou: afinal onde ficam os nossos costumes, as nossas tradições, as nossas religiões? Bem, eles são muito mais fortes do que uma simples moda estrangeira. Em pouco tempo, alguém percebeu que essa festa preenchia algo que faltava na nossa umbanda: uma data para festejar os povos das ruas e dos cemitérios. E o Halloween virou a Festa das Pombagiras.

Talvez essa data não seja muito conhecida. Mas ela está aí. Em vez de reclamar contra a festinha americana, podemos aproveitar o clima espiritual criado pela grande confraternização com as almas, para comemorar em grande estilo os nossos queridos exus e nossas amadas pombagiras!

Saravá!

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