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Mais uma bienal chega ao fim

Mais uma bienal chega ao fim

Mercado - Terça-feira, 09 de Setembro de 2014 - Por: Mariana

No mês passado, com números astronômicos de visitação e de exemplares vendidos, mais uma Bienal do livro de São Paulo chegou ao final. E a cada vez que um evento como esse termina me pergunto: evento para quem?

Começamos pela cadeia do livro. A bienal do livro – a cada dois anos em São Paulo alternando a cada dois anos com o evento do Rio de Janeiro – não é capaz de acolher a maior parte das editoras do país. Portanto, não é um evento representativo da cadeia do livro e de sua produção, por conseguinte, da bibliodiversidade. Palavra tão importante para nós editores hoje em dia, assistimos a massificação da leitura pelos best-sellers e pela falta de opção de escolha nas principais livrarias do país. A bienal somente reproduz esse modelo. Preços proibitivos e competição com saldo de livros impossível de encarar.

O segundo ponto é a formação de leitores. Um evento que acontece a cada dois anos em uma cidade não pode levantar a bandeira da formação de leitores. O correto seria investir permanentemente em bibliotecas em escolas e comunidades, aquisição de acervos e incentivos a leitura que contemplassem a multiplicidade do que se produz no país, levando todos os dias esses livros ao alcance dos leitores. Não é em uma visita em ônibus fretado, com um vale de 10 reais, que um estudante da rede pública de ensino será incentivado a ler todos os dias até a próxima bienal em sua cidade – só em dois anos!

Por isso, volto à pergunta do início. A quem serve este modelo de evento? Fica aí uma ideia para discussão.

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